" A Mafalda não é somente um personagem dos anos setenta na sociedade argentina. Se, ao defini-la, usou-se o adjeitvo "constatária!", não foi por uma questão de uniformização em relação á moda do anticonformismo a qualquer preço: a Mafalda é realmente uma heroína iracunda que rejeita o mundo assim como ele é.
Mafalda pertence a um país denso de contrastes sociais que, apesar de tudo, gostaria de integrá-la e de torná-la feliz, mas ela se recusa e rejeita todas as ofertas. Mafalda muito provavelmente leu Che.Na realidade, a Mafalda , em matéria de política, tem idéias muito confusas,não consegue entender o que acontece no Vietnã, não sabe porque existem os pobres, não confia no Estado e a presença dos chineses a preocupa.Só uma coisa ela sabe claramente: nunca irá se conformar.
Na Mafalda vemos refletidas as tendências de uma juventude irriquieta, que assumem o aspecto paradoxal de uma desaprovação infantil, de um eczema psicológico da reação aos meios de comunicação de massa, de uma urticária moral causada pela lógica dos blocos, de uma asma intelectual originada por fungos atômicos"
Umberto Eco